Thursday, November 15, 2007

Vigia noturno

Há exatos dois meses eu nada escrevo neste diário. Há quase 36 anos, minha Avó comprava "Noites do Sertão", livro que mudaria por completo sua vida.
Faz mesmo algum sentido se assentar em frente a um computador e digitar letras que formam palavras tão carregadas de preconceitos e de paixões?
Surupita é um pobre coitado ou um herói de verdade? Andam por aí contadores de histórias que relatam feitos fabulosos; cantam as aventuras de valentes homens que eram capazes de vencer o calor e a sede, de suplantar as dores mais agudas, de levar bois e boiadas inteiras até o Goiás. Mas de nada adianta lembrar as realizações de pobres caboclos se eles continuam sendo escravos; se os senhores somente lhes permitem a morte, enquanto esquecimento.
Trabalhar, sabe? --> transformar as coisas de um jeito profundo. Acho que, em verdade, é um pouco isso que a gente sonha. Uma cama bonita, uma roseira defronte da casa, e quatro luas no céu. E depois morrer e virar estrela; ficar brilhando a noite inteira vendo o povo dormindo. Saudade que dá na gente, dá.
Moi, je pense qu'établir quelque moyen-terme c'est un grand erreur. Je n'aime pas Aristote.
Um milhão de formigas no quarto. Juro, todas elas tentando pular na minha cama.
" Tudo porque você veio e ficou. O violão é um pedaço grande do meu coração, que agora entoa esta canção e a alegria de viver".
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