Saturday, February 18, 2006

Enquanto isso...

Enquanto isso, o amor espera lá fora
impaciente na sala de espera.
E o salão principal ainda guarda,
em meio à penumbra que o domina,
um restinho de luz do antigo amor.

Esse amor na reserva teima em despertar a poesia moribunda
que ronca no peito do poeta inexistente.
E o antigo amor cutuca o amor sem face, zomba dele, insulta-o
mas pede sua presença...

Enquanto isso, convém uma distração...
Bem que eu lutei,
joguei o jogo dos ratos,
pus o coração de lado,
por instantes, senti o gosto ilusório do triunfo...
mas esse é um jogo de cartas marcadas,
de antemão, já se sabe o perdedor,
o que tem um coração pra dar, nada além de um coração...

Não se engane não, a prata em seu dedo ainda reluz dolorosamente nesse palpitar caduco.

Até quando vai durar?

Escrito por Lauret Casturro
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