Wednesday, January 24, 2007

A catarse no brejo ou Sapo e tristeza na Beira do Rio

Olha lá o sapo brejeiro!
Corre sapo tunante, corre e entra no rio.
Tua necedade se abre enquanto diabo-sorrio.

Olha lá que sapo matreiro!
Umas mil tunas de sapos com frio.
Mexe e te escondes: vai sapo vadio!

Olha lá que sapo dengueiro...
Em vão dissimulas teu vistoso brio.
Sapo brejeiro, sapo em vadio compadrio.


A Floresta pega fogo e o sapo, aquele mesmo sapo estulto e vadio, lança-se em louca perdição. A margem do rio não esconde o afã das chamas. A casa do sapo, a beira do rio, agora é um triste lamento. O sapo que passava frio agora queima na fúria do homem e na fúria do fogo. Triste destino.

Ó desditoso companheiro, compadeço-me em teu penar. O fogo que te queima expurga as paixões que me assolam.

Eu te reconheço.

5 comments:

Gabriel Rezende said...

eu deveria ter dito "amigo" e não "companheiro"... talvez seja algo para se pensar.

Anonymous said...

diferente !
um diferente com sua beleza !
saudades suas !

Rachel

Anonymous said...

fantástico.. muito melhor que a tal da morosofonumseiquê..

Anonymous said...

gosto tanto.
de tudo.

o fogo que queima o sapo também expurga por aqui.

(o sapo é verde?)

Anonymous said...

Olha, gabriel...

Você tem usado bastante creme de leite Diliça em seus escritos. Estão uma maravilha...!

Você os quer experimentar?

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