Nunca escrevi um só poema,
Foram apenas cartas para ti.
Há uma rima perdida que eu sismo em não encontrar.
Foi entre o eu e o você.
Há um rio sem verbo que eu não cansei de embrulhar.
Foi entre o só e o não.
Não saberia dizer se rir é chorar. Mas o choro sempre precede o riso.
A poesia desnovelada
A palavra sem correspondência
A frase e seu estertor bolhoso
O amor engraçado
A sentença inaudita
A oração desfeita
A composição em umbror
O amor engraçado
Verbo Transmitivo
Núcleo-muro
Código-fronte
Pronome Colativo
Escama-Vírgula
Letra de Intercâmbio
O amor engraçado
Vivia através das palavras que conhecia.
Gostava de pensar que eu-era-nelas,
E que elas eram seguras em-mim-assim.
Aí alguém se escondeu, Naíma morreu, o Cruzeiro perdeu, o Outono desvaneceu.
Não ficou tristeza, não restou frustração, não houve angústia.
Apenas uma vontade aguda de conhecer as palavras novas.
…enquanto for preciso… | …não saio do lugar… | …desculpo-me convosco… |
…pois, nós sobreviremos… | …pelo jeito mal feito… | |
…não dessa vez… | …mas não saio… | …com que resolvi contar… |
Em aberto encontro | ||
um todo poder | ||
e um tudo aprender | ||
Mas quem há de | ||
ensinar? | ||
Esse que ensina, | ||
onde aprendeu? | ||
E esse que o | ||
ensinou, | ||
fez apenas viver? |
O samba nasceu lá na Bahia.
Mas há controvérsias.
Em verso, uma vida de momentos.
Desesperos julgados, anseios marcados, rios vazados.
Visto-me em eu de sofrimentos.
O velho recém feito alado,
com seus olhos lentos, com seus anos centos, seus dias extensos,
Desfez-se de meus punhos atados.
Eu a espero pacientemente.
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