Hoje o céu está escuro e cinza, resolvi poemar.
Se só vejo montanhas, paredes e árvores tortas,
Corro a pena no papel escrevendo sobre o mar.
Salto para o lado e canto o axé de Coisa-mais-linda.
Andorinhas viram anjos
E as ruas alumiam.
Param céu e terra frente à água modelo.
Justa perdição,
Justo desterro.
O que pode querer mais o poemeiro?
São todas as mágoas desfeitas no sopro,
Nos olhos, e no cheiro (de ensismeiro).
Obs: poema é coisa mais triste que se tem notícia. Lava a alma, mas lava sozinha; lava sem duas vozes, lava.