Enquanto isso, o amor espera lá fora
impaciente na sala de espera.
E o salão principal ainda guarda,
em meio à penumbra que o domina,
um restinho de luz do antigo amor.
Esse amor na reserva teima em despertar a poesia moribunda
que ronca no peito do poeta inexistente.
E o antigo amor cutuca o amor sem face, zomba dele, insulta-o
mas pede sua presença...
Enquanto isso, convém uma distração...
Bem que eu lutei,
joguei o jogo dos ratos,
pus o coração de lado,
por instantes, senti o gosto ilusório do triunfo...
mas esse é um jogo de cartas marcadas,
de antemão, já se sabe o perdedor,
o que tem um coração pra dar, nada além de um coração...
Não se engane não, a prata em seu dedo ainda reluz dolorosamente nesse palpitar caduco.
Até quando vai durar?
Escrito por Lauret Casturro