impermeável às lagrimas que caiam
sobre sua face
surda ao meu grito silencioso
de desespero
e assim, embriagada de liberdade,
deixou-me partir pra algum lugar
longe do seu coração...
E hoje ponho-me calado,
mostro-me curado
para que ela se desvencilhe
da minha agonia
para que possa visitar outros lábios,
incendiar outros corpos,
estraçalhar outros corações
Que covarde egoísmo seria privar o mundo
da poesia que carrega distraída e sem saber,
do poder inebriante de seu sorriso,
da comoção eterna de seu pranto,
do brilho imenso de seus olhinhos pequenos,
da vertigem de mergulhar em seu mundo e nunca mais voltar...
Este texto foi escrito por Lauret Casturro
obs: triste viajante que perde sua amada em meio à viagem. Triste fado de carregar o amor junto com os trapos, com os anéis, e com o rubi. Quem sabe o que é ter e perder alguém? Ele sabe, e como sabe. Agora compreende o quão difícil é o amor.